Os Rolling Stones estão revisitando seu auge criativo ao relançar um dos seus maiores discos com dez faixas extras e recordando seus tempos mais caóticos em um granulado documentário.
Os roqueiros britânicos remasterizaram "Exile on Main Street", álbum duplo de 1972, do qual constam faixas como "Tumbling Dice" e "Rocks Off". A nova versão tem lançamento mundial na segunda-feira.
Já o documentário "Stones in Exile", a ser lançado em 22 de junho, reúne retratos e depoimentos de atuais e antigos integrantes da banda, e de amigos da época em que Mick Jagger e seus colegas trocaram a Grã-Bretanha e sua pesada carga tributária pela França, onde gravaram no porão escuro da mansão de Keith Richards.
Os dois músicos disseram nesta semana à Reuters que muito material sobrou daquela época, e pôde facilmente ser transformado em novas canções.
"Tínhamos esquecido delas", disse Richards, rindo da demora em usar o material. "Quando finalmente as encontramos, dissemos: 'Deveríamos concluí-las' (...) sem tocar no som intrínseco das faixas."
As novas faixas incluem "Following the River", "Dancing in the Light" e "Plundered My Soul", aclamada recentemente pela revista Rolling Stone.
Jagger explicou que a maioria das músicas "não tinha vocais, apenas as melodias, então simplesmente coloquei essas faixas no processo pela qual as antigas haviam passado".
Richards disse que "não é preciso mudar nada em 'Exile', já está tudo lá". Segundo ele, "é legal encontrar uma música que você escreveu há uns 40 anos e esqueceu completamente."
O disco será vendido em três configurações: o original com 18 faixas, uma edição com as faixas-bônus, e um pacote com a versão em vinil, um documentário de 30 minutos e um livro.
DOCUMENTÁRIO
"Stones in Exile" dura mais de uma hora e usa imagens e fotos em preto e branco, feitas pelo músico e fotógrafo francês Dominique Tarle, cuja visita à casa certa tarde se transformou em uma estada de seis meses.
Ele e outras pessoas que conviveram com a banda relatam gravações regadas a muito whisky no porão, enquanto grandes festas rolavam no andar acima.
Mas Richard e Jagger, ambos com 66 anos, minimizaram as lendárias histórias sobre drogas, sexo e como botaram fogo na casa.
"A primeira coisa na nossa cabeça eram as canções e a música, todo o resto era ninharia", disse Richards, na época viciado em heroína. Ele acrescentou que o sul da França naquela época estava "inundado" de drogas.
"Escrever músicas à tarde, gravá-las à noite, não havia tempo para boemia - nem eu!", riu ele. "Você tomava café da manhã e já se drogava."
(Reportagem adicional de Gemma Haines)
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