Hoje tem milhares de devotos no mundo todo.
Seu poder extrapola as fronteiras de um só credo.
Forte, aliado dos necessitados, Mestre Zé Pelintra é um dos mais queridos na Umbanda.
Nesse ambiente miscigenado surgiu o culto ao Mestre Zé Pelintra, um nordestino negro que se tornou o carioca típico. Trata-se de um espírito que volta a terra para reviver a boemia. Ele é envocado para fazer sua malandragem, sua magia, sua ginga, para ajudar o povo a vencer. Por isso tudo, um santo a moda da casa.
Zé Pelintra, Zé do Norte, Zezinho ou algumas vezes Zinho, foi em vida um nordestino, natural de Pernambuco (Cidade de Exu), outros da Paraíba e alguns mais de Alagoas. Uma coisa é certa, Zé veio do catimbó, conhecida prática de feitiçaria, descendente de rituais bantos e indígenas mesclados com a magia trazida pelos colonizadores portugueses. Muito forte no começo do século, atualmente em pouca evidência. Segundo contam, Zé trabalhava no catimbó do Mestre Carlos em Caruaru, onde se formou nas artes de feitiçaria. Difícil precisar o surgimento da sua figura na Umbanda, bem como a época em que se tornou o símbolo do malandro carioca com o seu terno branco, chapéu panamá, cravo vermelho na lapela, sapato bico fino com duas cores, sempre segurando uma bengala.
Zé integrou o samba ao seu universo. As festas organizadas para ele nos terreiros levam o nome de pagode. Nestas ocasiões é comum vê-lo comer e divertir-se junto das suas pombas giras prediletas. Entre elas estão a Maria Navalha, que vivia na beira do cais, Estrela, que reinava nos botequins. Neste ambiente, Seu Zé passou a ser um gentleman, um protetor no imaginário mundo feminino.
A arte de jogar, o amor ao lúdico e a capacidade de enganar os outros com suas brincadeiras são características que seu Zé incorporou definitivamente. Ele tem o seu próprio método de ler a sorte nas cartas. É também o guia espiritual de quem vive no jogo. Uma vez manifestado, seu Zé comporta-se do mesmo jeito que nos tempos em que era vivo. Ele ri de lado, ele anda todo malandreado. . . ele não bebe a cerveja toda, joga um pouco no chão, gosta de cerveja clara, gosta de um tira gosto, cebolinha, zeitona preta e salaminho. Então os “padês” dele levam salaminho e azeitona preta, o que ele comia no tempo da malandragem. Mestre Zé Pelintra é um malandro letrado, poeta e amigo para aqueles que sabem se dirigir a ele. É um espírito que tem evolução e autorização para vir nas sete linhas em que trabalha na Umbanda.
Do site: http://www.mestrezepelintra.com.br/zepelintra.htm
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